Na manhã desta segunda-feira, 14 de outubro de 2024, a Embaixada da Ucrânia em Lisboa foi evacuada após uma ameaça de bomba que acionou as autoridades portuguesas. O incidente ocorreu nas primeiras horas do dia, levando a uma resposta imediata das forças de segurança. Embora não tenha sido relatado qualquer dano ou ferido, a situação provocou apreensão e ressaltou as tensões em torno do conflito que ainda persiste na Ucrânia.
Ameaça e Ação Imediata
Segundo informações da Polícia de Segurança Pública (PSP), a ameaça foi direcionada diretamente às instalações da embaixada, localizada em uma área diplomática de destaque na capital portuguesa. Assim que a ameaça foi recebida, um plano de emergência foi ativado. As autoridades realizaram a evacuação completa do edifício e isolaram a área circundante para garantir a segurança de todos os envolvidos, incluindo civis e funcionários. O perímetro de segurança abrangeu diversas ruas próximas, causando desvios temporários no tráfego e a suspensão das atividades na vizinhança.
A Unidade de Inativação de Explosivos da PSP foi rapidamente acionada e deslocada para o local. Os especialistas em explosivos conduziram uma inspeção detalhada do prédio e das áreas ao redor. Cães farejadores treinados na detecção de explosivos também foram utilizados como parte do protocolo. Após várias horas de busca, a polícia informou que não foram encontrados explosivos nas imediações.
Repercussões Diplomáticas
O embaixador ucraniano em Portugal, Ivan Kovalenko, manifestou-se preocupado com o ocorrido, destacando o aumento da pressão enfrentada pelas representações diplomáticas da Ucrânia desde o início da invasão russa em 2022. Kovalenko enfatizou que a ameaça é um reflexo das tentativas de intimidação, que têm sido frequentes em várias partes da Europa. “Este é mais um triste episódio no contexto de guerra e de desinformação, com o objetivo de desestabilizar tanto nossos diplomatas quanto as relações internacionais,” afirmou o embaixador em uma entrevista.
A Embaixada da Ucrânia em Lisboa tem desempenhado um papel fundamental na coordenação da ajuda humanitária e no apoio aos refugiados ucranianos que chegaram a Portugal desde o início do conflito. Além disso, o local tem servido como um centro de articulação para esforços diplomáticos em busca de uma solução para a guerra.
Ameaças e Escalada da Tensão Internacional
Este não é um incidente isolado envolvendo ameaças às embaixadas ucranianas na Europa. Nos últimos meses, várias representações diplomáticas e consulados da Ucrânia foram alvos de ameaças e até de ataques. As autoridades ucranianas têm atribuído tais episódios a grupos pró-Rússia e a facções que apoiam a agressão militar contra o país.
A comunidade internacional, incluindo a União Europeia e a NATO, tem demonstrado apoio à Ucrânia, e Portugal não se exclui desse cenário. O primeiro-ministro português, António Costa, já afirmou anteriormente o compromisso do país em apoiar o governo ucraniano, tanto com ajuda humanitária quanto com o envio de armamentos defensivos. Embora até o momento o governo português não tenha se pronunciado oficialmente sobre o incidente, é esperado que uma declaração seja divulgada nas próximas horas.
Reforço das Medidas de Segurança
Após o incidente, as autoridades portuguesas confirmaram que reforçaram as medidas de segurança em todas as embaixadas no território nacional, especialmente nas que podem ser vistas como alvos potenciais de ameaças ligadas ao conflito na Ucrânia. O Ministério da Administração Interna (MAI) informou que está em coordenação com a PSP e o Serviço de Informações de Segurança (SIS) para acompanhar possíveis desenvolvimentos que representem riscos à segurança nacional.
Um porta-voz do MAI declarou à imprensa: “Estamos tratando esta ameaça com máxima seriedade. Nosso objetivo é assegurar que Portugal continue sendo um local seguro para todos, incluindo os diplomatas estrangeiros, que desempenham um papel crucial durante esta crise internacional.”
Comunidade Ucraniana em Portugal
Portugal abriga atualmente uma numerosa comunidade ucraniana, que cresceu significativamente desde o início da guerra. Segundo dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), mais de 55 mil ucranianos receberam residência em Portugal desde 2022, muitos deles buscando refúgio do conflito. A comunidade ucraniana elogiou o acolhimento do governo português, mas o incidente da ameaça de bomba gerou preocupação, com alguns temendo que a violência e a intimidação possam ultrapassar as fronteiras da Ucrânia.
Organizações não governamentais (ONGs) e grupos de apoio, como a Associação dos Ucranianos em Portugal, emitiram comunicados pedindo calma e destacando a confiança nas autoridades para assegurar a segurança de todos.
Considerações Finais
O episódio da ameaça de bomba na Embaixada da Ucrânia em Lisboa serve como um alerta para as delicadas circunstâncias enfrentadas pelos diplomatas ucranianos na Europa. Apesar de a ameaça não ter se concretizado, o incidente ressalta a necessidade de manter uma vigilância constante e reforçar as medidas de segurança nas representações diplomáticas, especialmente em um momento de crescente tensão internacional. As autoridades portuguesas prometeram investigar a origem da ameaça e tomar todas as providências para evitar futuros incidentes.