O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou esta quinta-feira que está a avaliar a possibilidade de visitar os bairros atingidos pelos recentes tumultos, mas considera que o momento ainda é “prematuro”. Para Marcelo, antes de qualquer visita presidencial, é essencial que o Governo e as autoridades locais tomem ações concretas para enfrentar os problemas que levaram aos confrontos.
Durante um encontro com jornalistas, o Presidente salientou que o seu foco inicial será dar “primazia” ao Governo para liderar as respostas imediatas aos incidentes. Questionado se o primeiro-ministro já deveria ter ido aos bairros afetados, Marcelo respondeu de forma categórica que “não”. Segundo o Presidente, a prioridade é fortalecer o diálogo entre o Governo e as autarquias, especialmente a Área Metropolitana, para garantir que os problemas estruturais sejam discutidos e endereçados de forma eficaz.
Reunião com autarcas da Área Metropolitana como prioridade
Marcelo considerou a recente reunião entre o Governo e os autarcas da Área Metropolitana como um passo essencial para começar a tratar as causas subjacentes dos distúrbios. Na sua opinião, apenas fará sentido uma visita presidencial aos bairros depois de “ficar claro que os problemas estão a ser tratados”. Para ele, o papel de um chefe de Estado vai além da presença física em locais de crise; é essencial que haja, primeiro, uma estratégia coordenada entre os diversos níveis de governo.
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Apesar de sua hesitação em realizar uma visita imediata, Marcelo expressou o desejo de “passar algum tempo nos municípios mais afetados” pelos tumultos, uma vez que considera fundamental estar próximo das comunidades e acompanhar de perto as necessidades locais. O Presidente destacou que a situação exige uma análise profunda das condições sociais e económicas que, segundo ele, “são problemas longos e fundos” e que demandam uma resposta conjunta das autoridades.
Apelo à paz e ordem pública
Reafirmando o seu compromisso com a paz social, Marcelo Rebelo de Sousa fez um apelo à “paz, serenidade, tranquilidade e ordem pública”. Enfatizou que o caminho para a resolução desses conflitos passa pelo trabalho em conjunto entre o Governo, autarquias e sociedade civil. O Presidente apelou ainda à paciência enquanto as investigações sobre os tumultos continuam, lembrando a importância de aguardar pelos resultados oficiais para entender completamente as causas e evitar conclusões precipitadas.
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Marcelo destacou ainda que as autarquias e o Governo devem aprender com os desacatos dos últimos dias e desenvolver políticas mais assertivas que abordem questões profundas de exclusão social e desigualdade económica.