Yahya Sinwar, líder do grupo militante Hamas e apontado como o principal responsável pelos ataques de 7 de outubro de 2023 contra Israel, foi morto por forças israelenses em uma operação no sul da Faixa de Gaza. Aos 61 anos, Sinwar era uma das figuras mais procuradas por Israel e sua morte foi considerada uma das maiores vitórias militares desde o início do conflito.
Caça Prolongada ao Líder do Hamas
A morte de Sinwar foi anunciada oficialmente pelas Forças de Defesa de Israel (IDF) na última quinta-feira, 16 de outubro de 2024. Em comunicado, as IDF confirmaram que após mais de um ano de operações contínuas, suas tropas finalmente localizaram e eliminaram o líder do Hamas.
“Após uma perseguição de um ano, ontem (quarta-feira), 16 de outubro de 2024, soldados das IDF do Comando Sul eliminaram Yahya Sinwar em uma operação na região sul da Faixa de Gaza”, afirmou o comunicado militar israelense. O texto acrescenta que as múltiplas operações realizadas pelas IDF e pela Agência de Segurança Interna de Israel (Shin Bet) nas últimas semanas restringiram os movimentos de Sinwar, culminando na sua eliminação.
Operação no Sul de Gaza
Segundo o porta-voz militar israelense, contra-almirante Daniel Hagari, Sinwar foi localizado no distrito de Rafah, no sul de Gaza, enquanto se movia “de casa em casa” na tentativa de evitar ser detectado pelas forças israelenses. Ele estava acompanhado por dois combatentes, e o grupo foi identificado enquanto fugia de uma ofensiva israelense.
“As forças identificaram três terroristas se movendo entre casas, tentando escapar. As tropas engajaram o grupo, o que levou Sinwar a fugir sozinho”, disse Hagari. As forças israelenses então utilizaram um drone para rastrear seus movimentos, e imagens divulgadas pelas IDF mostraram Sinwar ferido em um apartamento parcialmente destruído, com uma das mãos gravemente machucada e a cabeça coberta por um lenço tradicional.
Nas imagens, Sinwar é visto lançando um pedaço de madeira contra o drone antes de ser atingido pelos disparos israelenses. O líder do Hamas foi encontrado com uma arma e 40 mil shekels (cerca de 10 mil dólares) em dinheiro, o que sugeria que ele estava em fuga constante.
O Contexto da Morte de Sinwar
Yahya Sinwar foi considerado o arquiteto dos ataques de 7 de outubro de 2023, quando combatentes do Hamas invadiram o território israelense, resultando na morte de 1.206 pessoas, a maioria civis, segundo dados oficiais de Israel. O ataque também resultou no sequestro de vários reféns, que posteriormente foram mortos.
Desde então, Israel tem realizado uma vasta campanha militar na Faixa de Gaza como retaliação aos ataques. De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, mais de 42 mil pessoas, em sua maioria civis, foram mortas na ofensiva israelense. Estes números foram reconhecidos como confiáveis pelas Nações Unidas.
Além de Sinwar, outro líder importante do Hamas, Mohammed Deif, também foi alvo das forças israelenses. As IDF afirmam que Deif foi morto em um ataque aéreo no início deste ano, embora o Hamas não tenha confirmado sua morte oficialmente.
O Histórico de Sinwar no Hamas
Yahya Sinwar era um dos líderes mais antigos e influentes do Hamas. Ele havia assumido a liderança da organização após a morte de Ismail Haniyeh em agosto de 2024, morto em um ataque em Teerã, no Irã. Sinwar havia passado décadas na linha de frente das operações do Hamas, sendo uma figura central tanto nas negociações políticas quanto nas operações militares do grupo.
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Nascido na Faixa de Gaza, Sinwar foi preso por Israel na década de 1980, acusado de participar de ataques terroristas, mas foi libertado em 2011 como parte de uma troca de prisioneiros. Desde então, ele desempenhou um papel cada vez mais destacado no Hamas, particularmente nas atividades militares da organização.
Implicações da Morte de Sinwar
Embora Israel tenha comemorado a morte de Sinwar como um dos maiores golpes infligidos ao Hamas desde o início do conflito, o grupo ainda mantém considerável influência na Faixa de Gaza. As forças israelenses continuam suas operações na região, enquanto a comunidade internacional pede por uma solução diplomática para o conflito que já resultou em milhares de mortes e na destruição de grande parte da infraestrutura de Gaza.