Joana Mascarenhas, uma influenciadora digital bastante conhecida nas redes sociais, foi condenada esta quarta-feira pelo Tribunal Criminal Local de Lisboa a dois anos e seis meses de prisão, com pena suspensa, por ter mergulhado a sua filha, então com três anos e meio, em água fria para tentar conter uma birra. Além da pena suspensa, a influenciadora foi também condenada a pagar uma indemnização de mil euros à filha.
Episódios Divulgados nas Redes Sociais
A condenação de Joana Mascarenhas resulta de dois episódios que foram tornados públicos através de vídeos que a própria influenciadora publicou no Instagram, em maio e julho do ano passado. Nos vídeos, Joana mostrava como, para lidar com as birras da sua filha, recorria ao método de mergulhá-la em água fria, o que gerou uma forte onda de críticas e acusações de maus-tratos nas redes sociais.
No primeiro vídeo, gravado em maio, Joana Mascarenhas surpreende a filha ao submergi-la até o queixo na piscina comum do prédio onde a família reside, em Lisboa. No segundo episódio, ocorrido em julho, Joana colocou a criança, vestida de pijama, na banheira de casa e despejou água fria sobre ela até que parasse de chorar. As imagens foram amplamente criticadas, com muitos seguidores e internautas acusando-a de abuso infantil.
Confirmação no Tribunal
O julgamento começou em setembro, e durante as sessões, a influenciadora confirmou os acontecimentos, mas defendeu-se afirmando que a sua intenção nunca foi ferir a filha, apenas acalmá-la. Joana declarou ainda que, desde então, mudou a forma como lida com as birras da criança, tendo abandonado o método em questão.
Contudo, essas justificações não foram suficientes para convencer o tribunal. A acusação, levada a cabo pelo Ministério Público, classificou os atos como crime de violência doméstica, um dos motivos que pesou na sentença desfavorável à influenciadora.
Sentença do Tribunal
Na leitura da sentença, o juiz afirmou que o método usado por Joana Mascarenhas foi eficaz “apenas porque a criança ficou com medo”. O magistrado classificou a atitude como “uma forma de resolução pela força”, que, apesar de ter atingido o objetivo imediato de acalmar a criança, foi considerada “humilhante” e “não um método de cuidado”.
Apesar de a sentença ter reconhecido que os episódios não tiveram um “impacto traumático” permanente na criança e de que “não se espera que voltem a ocorrer no futuro”, a pena aplicada foi de dois anos e seis meses de prisão, com pena suspensa por três anos. Durante este período, Joana terá de cumprir um plano de acompanhamento estabelecido pela Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais. Além disso, a influenciadora foi condenada a pagar uma compensação no valor de mil euros à filha.
Defesa Vai Recorrer
Após a leitura da sentença, a defesa de Joana Mascarenhas anunciou que irá recorrer da decisão. O advogado da influenciadora defendeu que o tribunal não levou em consideração o facto de Joana ter mudado a sua conduta e de não haver indícios de que as ações tenham causado danos duradouros à criança.
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O caso de Joana Mascarenhas gerou um intenso debate nas redes sociais sobre o papel dos influenciadores e a exposição da vida pessoal online. A influenciadora, que conta com milhares de seguidores, enfrentou uma reação negativa ao ter partilhado os vídeos, e o caso rapidamente ganhou repercussão pública.
Com a sentença proferida, Joana Mascarenhas aguarda agora os próximos passos do processo judicial, enquanto a defesa tenta reverter a condenação em instâncias superiores.