Distúrbios no Bairro do Zambujal: Agentes da PSP atacados e residente ferido

Distúrbios no Bairro do Zambujal: Agentes da PSP atacados e residente ferido

Pelo menos 30 pessoas envolveram-se em distúrbios no Bairro do Zambujal, na Amadora, durante a noite de segunda-feira, em resposta à morte de um homem pela PSP, horas antes, em Cova da Moura. O caos resultou na destruição de infraestruturas públicas, com caixotes de lixo incendiados e arremessos de pedras contra agentes da polícia. Um residente ficou ferido, e, apesar da gravidade dos incidentes, não houve detenções.

Os acontecimentos no Bairro do Zambujal

Por volta das 21 horas, uma série de distúrbios irrompeu no bairro, com grupos de moradores a incendiar caixotes de lixo e a virá-los para obstruir a passagem das autoridades. Segundo testemunhas oculares, as chamas geraram pânico entre os residentes e dificultaram a resposta das forças de emergência.

Os bombeiros, chamados ao local para controlar os incêndios, foram recebidos com hostilidade por parte de alguns moradores. De acordo com relatos, a equipa de bombeiros teve que solicitar o apoio da PSP para poder atuar no local. No entanto, a presença das forças policiais não foi suficiente para garantir a segurança. Agentes da PSP que tentaram intervir foram alvo de apedrejamento, o que gerou um confronto tenso com a população.

Equipas de resposta rápida da PSP e da Unidade Especial de Polícia foram mobilizadas para a área, na tentativa de restaurar a ordem. Imagens capturadas pela SIC mostram a tensão crescente, com os agentes a tentarem dispersar os grupos de manifestantes e a controlar os focos de incêndio.

A reação dos residentes

Entre os moradores, há quem critique a atuação policial, considerando que as medidas adotadas foram desproporcionais. Jorge, um dos residentes do bairro, relatou que foi agredido pela polícia de forma desnecessária. “Fui atacado sem motivo”, disse Jorge, acrescentando que o incidente só não foi mais grave devido aos gritos dos vizinhos que assistiam à cena das suas varandas.

Os distúrbios no Bairro do Zambujal ocorrem em resposta à morte de um jovem residente do bairro, que foi baleado pela PSP nas primeiras horas de segunda-feira, na Cova da Moura. Segundo a polícia, o homem estaria fugindo das autoridades, quando perdeu o controle do veículo e colidiu com carros estacionados. Ainda de acordo com a versão oficial, ele teria resistido à detenção e tentado atacar os agentes com uma arma branca, o que resultou no disparo fatal.

No entanto, a versão da PSP é contestada por alguns residentes da Cova da Moura, que afirmam que a vítima era bem vista pela comunidade e que duvidam da alegação de que estivesse armada. “Ele era um rapaz muito querido pelos moradores do bairro. Não acredito que ele estivesse com uma arma branca”, afirmou um residente, em declarações à SIC.

A escalada de tensão na comunidade

A morte do jovem, associada aos distúrbios subsequentes, reflete uma escalada de tensão entre as forças policiais e os moradores da zona. Este tipo de incidente tem levantado preocupações sobre a relação entre a polícia e as comunidades vulneráveis da periferia de Lisboa, onde o histórico de interações tensas entre autoridades e residentes tem sido uma constante.

Leia também: Oxigénio Dissolvido Óptico

Apesar da gravidade dos distúrbios, nenhuma pessoa foi detida, e a PSP continua a investigar os acontecimentos. As autoridades locais apelam à calma e ao diálogo para evitar novos episódios de violência.

A situação no Bairro do Zambujal permanece instável, com a presença contínua de patrulhas policiais na área para garantir a segurança dos moradores e prevenir novos incidentes. A investigação sobre a morte do jovem na Cova da Moura também está em curso, e os detalhes sobre o caso continuam a ser apurados.

A resposta das autoridades

As forças de segurança reafirmaram o seu compromisso em garantir a ordem e proteger a população, mas reconheceram a complexidade da situação. “Estamos empenhados em garantir a segurança de todos os cidadãos, mas também compreendemos o impacto que este tipo de incidentes pode ter nas comunidades”, declarou um porta-voz da PSP.

Por outro lado, organizações de defesa dos direitos humanos têm expressado preocupação com a forma como a polícia tem abordado situações de alta tensão em bairros desfavorecidos, apelando para uma maior sensibilidade e diálogo por parte das autoridades.

Leia também: Mercado de remodelação de casas faça você mesmo

O cenário atual exige respostas que equilibrem a necessidade de segurança com o respeito pelos direitos dos cidadãos, num contexto de crescente pressão social e desconfiança em relação às instituições do Estado.

morte